Caro amigo Buarque!

Meu Caro Amigo

Chico Buarque

Meu caro amigo me perdoe, por favor
Se eu não lhe faço uma visita
Mas como agora apareceu um portador
Mando notícias nessa fita

Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol

Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta

Muita mutreta pra levar a situação
Que a gente vai levando de teimoso e de pirraça
E a gente vai tomando e também sem a cachaça
Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo eu não pretendo provocar
Nem atiçar suas saudades
Mas acontece que não posso me furtar
A lhe contar as novidades

Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol

Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta

É pirueta pra cavar o ganha-pão
Que a gente vai cavando só de birra, só de sarro
E a gente vai fumando que, também, sem um cigarro
Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo eu quis até telefonar
Mas a tarifa não tem graça
Eu ando aflito pra fazer você ficar
A par de tudo que se passa

Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol

Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta

Muita careta pra engolir a transação
E a gente tá engolindo cada sapo no caminho
E a gente vai se amando que, também, sem um carinho
Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo eu bem queria lhe escrever
Mas o correio andou arisco
Se me permitem, vou tentar lhe remeter
Notícias frescas nesse disco

Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol

Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta

A Marieta manda um beijo para os seus
Um beijo na família, na Cecília e nas crianças
O Francis aproveita pra também mandar lembranças
A todo o pessoal
Adeus

Fonte

Sim caro leitor, uma música linda e tão conceituada como essa cabe com perfeito encaixe em um dos post's da semana! O compositor Chico Buarque, mais uma vez, consegue se "esconder" da ditadura. Sim, DITADURA! O contexto se dá na ditadura militar (1964-1984) em que a liberdade de expressão e qualquer outra subdivisão de algo relacionado estava extremamente reprimido. Chico, contrário às ideias de tal repressão, se expressa por músicas. Uma delas, de muito sucesso, é "Meu Caro Amigo", que aborda críticas sobre tais problemas citados acima. Tais críticas podem ser vistas em vários trechos da música, então vou apresentá-los:

"Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol"

Nessa estrofe, Chico evidencia a situação de um país, o Brasil (percebido pelo "jogando futebol"), sendo que esse está passando por "muito choro", ou seja, muito sofrimento pelas condições proporcionadas pela ditadura. Ainda, Chico quer dizer da influência Estadunidense no Brasil, visto em "muito ... rock'n'roll". Em "Uns dias chove, noutros dias bate sol", o compositor diz literalmente: um dia a ditadura está menos ruim e, outro dia, está péssima!

 "Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta", ou seja, quero lhe dizer novamente, caro amigo, que as coisas aqui estão sofridas, a ditadura está difícil! 

"Que a gente vai levando de teimoso e de pirraça
E a gente vai tomando e também sem a cachaça
Ninguém segura esse rojão"

Uma vez entrevistado, Chico Buarque disse: " A ditadura encheu sim muito meu saco, mas eu também enchi muito o saco da ditadura". E, ficou relatado tal feito em "teimoso", "pirraça", que realmente querem dizer a resistência de Chico e das pessoas que iam contra a ditadura, para aquela terrível repressão!

"Meu caro amigo eu quis até telefonar

Mas a tarifa não tem graça
Eu ando aflito pra fazer você ficar
A par de tudo que se passa"

Pela primeira vez na música, Chico deixa claro que há uma relevante crítica sobre a economia na época. Quer dizer, a tarifa não tem graça, é alta, impossibilita a comunicação! 

"Meu caro amigo eu bem queria lhe escrever

Mas o correio andou arisco
Se me permitem, vou tentar lhe remeter
Notícias frescas nesse disco"

E, por fim, falar que o "correio andou arisco" é dizer que a rigidez do controle de comunicação, informação e liberdade de expressão predominam, tendo na época uma grande dificuldade para enviar cartas, compor músicas, entre outros.

Linda, sensual e cliente do Boticário

Que tal ver um anúncio de modo crítico, entendê-lo por inteiro? Esse anúncio do Boticário quer passar a ideia de beleza, destaque, sensualidade etc. com os signos visuais. Usa como frase um estereótipo para reforçar a ideia de que, se você usa O Boticário, ficará linda e conquistará à "varios morenos de 1,80 m", visualizado como um homem bonito. A Linguagem verbal e não-verbal completam0se de modo correto, para que todos consigam entender e interpretar de modo rápido a propaganda que, com uma boa campanha, consegue atingir seu interlocutor específico (as mulheres), atingindo o tão grande objetivo (vender e lucrar)!

Blá Blá Blá, e as promessas cumpridas?

         Mais tradicional do que os meios de comunicação transmitindo besteiras e besteiras? Ahh, é claro que não! Todos sabem como é tentar assistir um canal de televisão e apertar milhares de vezes o botão de trocar?  Isso é muito comum quando estamos perto de eleições, você não acha? É tão comum promessas de políticos, para melhorar o nosso país, rolando solto pelas emissoras de tv. E é sempre igual, nunca mudam nada, nunca cumprem N-A-D-A! É realmente muita sujeira! O nosso país, controlado por eles, deveria passar por um sério banho de rosas para se livrar de tanta corrupção. É tão fácil gastar dinheiro com propagandas para promover-se, mas é tão difícil gastar os nossos impostos com coisas que são favoráveis a nós, quando consegue o controle e o dinheiro na mão, não é? Paremos para pensar nas besteiras prometidas em anos anteriores e as que realmente foram cumpridas. Eu infelizmente não consigo pensar em nada... triste realidade!

"Filhos da revolução"

Oh caro leitor, quando e como começar a ver o passado com colírio nos olhos? O tempo passou e todas as vezes que nos deparamos com o passado, vemos uma história muito diferente da atual. Mas, eu não me refiro aquela história impressa em um livro didático, me refiro aquela vivida, sofrida na pele! Então eu respondo, já é tarde para visualizarmos as verdades de épocas passadas, mas sempre há o tardar adiantado para a história. Um acontecimento que esclarece muito bem as minhas palavras: a Ditadura militar, 1964. Oh época, oh terrível repressão, terrível CENSURA! As críticas rolavam, o mundo tinha que ouvir: "É proibido proibir", como cantava Caetano Veloso. E tudo tocava em uma tremida melodia...O som da verdade sangrava o ouvido daqueles que obtinham a força! Mas, ainda assim, as músicas rolavam! Sim caro leitor, censura alguma tirava esse direito! MÚSICAS CRÍTICAS, DE OLHOS SOFRIDOS. Essas nos dizem muito, alcançam a representação da realidade rígida em palavras cantadas! Não é incrível? 

Mente brilhante no meio de muitas que aturavam concreta inquietação de ordens. Mas, as coisa mudam! Não só a época, mas sim uma geração que junto à ela, novas estilos surgem. Os jovens em pleno século XXI estão cômodos sem manifestar problemas que envolve a sociedade! As músicas na maioria das vezes vazias, sem valores sociais para uma cidadania. O jovem perdeu o gosto de expor sua opinião, deixou de dizer para determinados assuntos o "sim" ou "não". A ordem agora é deixar desejo, o fundo de conteúdo, os "tchun tcha" repetitivos dos funks, o drama do amor, o "puts puts" das baladas... Só ausenta o importante, o passado refletido na atualidade! Os problemas de hoje deixados de lado.. Fomos "filhos da revolução" e a idade agora já nos pesa para reagir, mesmo dizendo à respeito dos jovens! 

Erre

A natureza permite que você o faça para que aprenda de vez um acerto.

Os piores camponeses

Há muita coisa bonita que não é visto por todos. Vejo o brilho e a claridade na escuridão da madrugada, vejo saúde na pior doença. Mas não são todos assim!

" Há quem passe pelo bosque e só veja lenha para a fogueira "
- Tolstoi

Século XXI- Poder manipulado!